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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A vida dos animais em abrigos - meu ensaio fotográfico

Como "comemoração" pelo fim das aulas de Fotografia no semestre, quero compartilhar com vocês o meu trabalho final. A proposta era fazer um ensaio fotográfico sobre um assunto que eu considerasse relevante e me interessasse. Eu resolvi, então, fotografar a  ARPA (Associação Riograndense de Proteção aos Animais) e seus bichinhos para adoção.










Ainda que muitos saibam da importância e do amor recebido quando se tem um animal em casa, uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde estima que existam mais de 30 milhões de animais abandonados no Brasil – 10 milhões de gatos e 20 milhões de cachorros. 


Algumas pessoas dão comida diariamente a eles, mas o que não se percebe é que os animais que vivem nas ruas correm diversos perigos. São casos de zoofilia, atropelamento, violência e até o próprio abandono que destroem a vida destes bichinhos. O ideal é que eles sejam enviados para abrigos, mas estes estão em grande maioria superlotados e não tem condições ou apoio financeiro para abrigá-los.   

A tendência é que, quando um animal é deixado em abrigo, este seja adotado logo. Mas, por preferências de animais novos e pequenos de quem adota, alguns animais chegam a passar o resto de suas vidas vivendo em abrigo sem ter a oportunidade de ter uma família



Outros são adotados, mas “devolvidos” por motivos de “não adaptação”, “não gostar da experiência”, “não corresponder à expectativa”, dentre outras desculpas que fazem os animais serem novamente devolvidos aos abrigos como se fossem produtos ou roupas.



A adoção é a maior forma de amor. Animais não são brinquedos, são seres vivos, e por isso devem ser cuidados sem importância à raça e não devem ser simplesmente “devolvidos”, ou “descartados”.






O ensaio foi realizado na ARPA (Associação Riograndense de Proteção aos Animais), que se localiza na Rua Professor Freitas e Castro, nº 172, Bairro Azenha, cidade de Porto Alegre. A associação existe desde 1949, e lá vivem cerca de 60 animais. Alguns há semanas, outros há mais de 10 anos.


 Por que você não adota um deles? Te garanto que vai ser a melhor experiência possível. O amor de um bichinho não tem preconceitos, limites, nem comparações. Só quem tem um animalzinho sabe o quanto é gostoso acordar com pata na cara, lambida, arranhão, o que seja. Só quem tem seu bichinho sabe como é se sentir sempre amado, sempre recebendo carinho e atenção. Eles devem ser tratados da mesma forma, eles merecem.









Adote um bichinho :)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Sempre passa.


Não me canso de deixar passar. Oportunidades extraordinárias e pessoas surpreendentes passam por minha vida pois ainda me encontro presa ao passado. Tenho essa busca incessante em permanecer por lá. Mas meu passado não é o mesmo: ele se soma aos novos, sempre. Vai acrescentando, ele mesmo, suas novas histórias que passam a ser velhas, como se fossem um amontoado de pastas de fotografias antigas que só contemplam os momentos principais.

Mas tenho uma metodologia para relacionamentos, um tanto quanto parecida com os tentáculos de um polvo. Quando me desprendo de um passado, passo a absorver e pertencer a outro. Isso acontece porque dificilmente me atenho ao presente. Nunca me encontro no mesmo tempo em que a pessoa que conheço. Ela me deseja agora, completa, transbordando sentimentos, disposta a viver o momento e ser feliz imensamente com ela. Eu, inconsequente, espero tudo passar para tal anseio. Espero o tempo passar, a pessoa passar, a situação propícia passar, para só então pensar no quão bom seria se estivéssemos juntos.

Lembro de tudo o que do passado me pertenceu um dia: as carícias, as prioridades, os sorrisos, as noites dormidas entre os suspiros de felicidade por me ter ali, as flores, as promessas, os pedidos, as mãos dadas. Na época, de nada me importavam estas lembranças. Agora, queria elas de volta. Por um instante ou dois, escuto as vozes antigas, nos encontro novamente, nos enxergo na minha cama, mas ai já passou. Aí eu passei. Aí o nosso tempo passou.

Ah como escutei essa frase. Mas nunca me importei inteiramente com isso, já que sabia que logo eu agiria da mesma forma com outro alguém. Egoísmo da minha parte, mas espero que passe. E talvez por tanta coisa ter passado, eu queira propositalmente que só passem, pra que um dia alguém fique, simultaneamente comigo, depois de eu ter aprendido tudo o que podia para estar inteira vivenciando o agora com este alguém.

Ficam pela estrada as tantas pegadas que deixaram, marcas de joelho consequentes dos que apelaram por amor, rastros dos que correram logo ao perceber minha loucura e pisões que tratei de deixar no caminho, neles e também em mim.

Ah, minha loucura passageira. Às vezes machuca, às vezes confunde, mas logo passa.