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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A liberdade que eu não deveria ter.

Desde o início da adolescência, aprendi com minha mãe o valor da liberdade como mulher. Sempre admirei mais que tudo o fato dela me fazer enxergar que sou capaz e livre para fazer as minhas escolhas sem impedimentos. Com os percalços e deveres da vida, aprendi que preciso me gostar cada vez mais. Que eu tenho opinião, sou dona do próprio nariz, e não devo ter vergonha do que me agrada com vestimenta, vocabulário, pensamento, relacionamentos ou atividades na semana.

Desculpe-me o desapontamento, mas eu falo palavrão, grito e dou risada alta e não é pra chamar a sua atenção, muito menos porque sou depravada. É porque é o meu jeito e eu gosto de distribuir simpatia. Não confunda com nada além disso, por favor. Não estou grávida por me relacionar com quem eu quero, e se engravidar, com certeza não vai ser porque eu queria segurar um macho na minha vida. Transamos no primeiro, quinto ou milésimo encontro não porque fui mais ou menos difícil para você, mas porque eu senti mais ou menos tesão diante das ideias e trejeitos que compartilhamos nesse tempo juntos.      

Uso muita maquiagem, short curto e decote e não é pra receber seu assobio ou elogio. É porque me acho linda e gostosa demais assim. Eu  gosto de assistir futebol e não é pra ver as coxas saradas dos jogadores. Aliás, particularmente, prefiro assistir uma partida do meu time com as pernas pra cima da cadeira, tomando uma gelada, do que fazer muitas outras coisas. E ate hoje não me cresceram bolas nem percebi uma orientação sexual diferente por isso. 

Ando com casais de amigos e não quero roubar o namorado de ninguém. Quero mais é aproveitar com eles a maturidade de saberem conviver com os amigos sem precisarem se resumir em uma vida a dois longe de tudo e de todos, como você provavelmente iria querer fazer se estivesse comigo. Para ser um bom par, é preciso saber ser um bom ímpar antes de mais nada.

Estou solteira há anos e surpreenda-se: não estou encalhada, foi escolha própria. Uso aplicativos de encontros porque quero conhecer gente nova sem contar com nada. Podemos jogar conversa fora e nunca mais nos vermos depois de sair do shopping, ou parar sem roupa no seu apê em plena quarta, tendo que acordar às 07h do outro dia. E qual é o problema de eu assumir isso? Por que o medo? O silêncio? O descontentamento? Há  uma semana atrás eu não era muito foda por pensar assim? Ah, entendi, você pensa como todo mundo.

Não quis namorar esse tempo todo e não morri ou deixei de ser o tipo de mulher perfeita por isso. E se eu namorar, com certeza não vai ser por carência, mas porque eu gostei de alguém o suficiente para isso. É, eu costumo falar quando quero te ver, quando eu quero te abraçar e quando você fica extremamente fofo com aquela camiseta cinza sorrindo tomando café.  E nem por isso estou esperando o seu pedido de casamento. Relaxa, cara!

Não precisa fugir não. Volta aqui. Foi sinceridade do momento, o que eu mais vivo. Sem ter medo de dizer o que penso e sinto e parecer desesperada ou loucamente apaixonada para quem vê. Deveria ser assim sempre. Afinal, qual o problema em sentir? Mas, falando em sentimentos, temos que concordar em uma coisa. Realmente não nasci pra namorar, nem pra passar o rodo. Nasci pra ser o que eu acho que posso ser, sem medo do que vão pensar de mim. 

E concordo plenamente quando me dizem que eu preciso aprender a me dar valor diante disso tudo que te contei (e ainda tem muito mais). Sou muito livre pra viver nessa mente fechada e oca que as pessoas ainda me mostram, disfarçada em comentários que se dizem "politicamente corretos". Meus sentimentos e pensamentos são muito leves para aceitar o peso da opinião alheia. Eu, hein?!

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